A suposta descoberta da Botija de Rio Formoso em Pernambuco trouxe para a numismática brasileira um dilema - atestar empiricamente se as peças alí descobertas eram falsas ou verdadeiras, é nesse contexto de estudo reflexivo sobre esse tema que apresentamos aqui elementos para esse estudo, buscando dar suporte a quem queira investigar esse tema numismático.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Da busca holandesa por prata no Ceará e Maranhão

A expedição holandesa, comandada por Matias Beck, chegou ao Ceará no ano de 1649, conduzindo cerca de 298 homens, entre soldados, índios e negros escravos. O capitão holandês fundeou seus barcos na Enseada do Mucuripe, construindo o forte "Schoonenborch", nas cercanias do riacho Pajeú, em cuja volta se desenvolveu o povoado que mais tarde seria a vila de Fortaleza de Nova Bragança, atual cidade de Fortaleza – capital do estado. Os holandeses vieram em busca de supostas minas de prata, existentes na Serra de Itarema,– próximo ao lugar onde acampavam e não muito distante da serra de Maranguape; Os holandeses acreditavam encontrar esses tesouros no Ceará, numa daquelas serras que azulavam no horizonte. Ou seja, as serras eram vistas do mar e ficavam a cerca de 3 léguas de distância – na serra de Taquara esses mesmo holandeses ergueram uma base de apoio a mineração e investigaram veios de prata. A presença holandesa no atual território do Ceará se dá pela primeira vez no período ente 1637 e 1644, a segunda ocupação iniciada em 1654 dura até meados do mês de maio desse ano, quando as guarnições holandesas capitulam frente aos portugueses e se retiram para as ilhas de Barbados no caribe. “Da serra de Guarumé de fronte ao rio Ceará, tiraram os holandeses quantidades de prata muito fina, do tempo em que estavam de posse de Pernambuco” Fonte – Um capítulo da geografia do Ceará – recursos minerais, escrito por S. Froes Abreu. “A exploração de prata por meio dos holandeses se deu nas serras e terras que vem correndo sobre o rio Moní”. Essa localização se dá a sudeste da ilha de São Luiz no Maranhão Fonte - Descrição do estado do Maranhão, escrito por Maurício de Heriarte. “A Companhia das Índias Ocidentais, sentindo escassearem-lhe as rendas, tentouno último período do Brasil holandês reparar as suas finanças, adquirir novos elementos de força por meio do ouro ou da prata, extraída das minas que firmemen-te acreditava existirem nos sertões das Capitanias conquistadas. A mais séria eprolongada tentativa deste gênero foi a que se realizou no Ceará: começou em1649 e só terminou com a ruína da colônia holandesa. Foi chefe da expedição or-ganizada para a ocupação definitiva do Ceará e exploração das suas minas um há-bil aventureiro, Matias Beck. Desembarcou na baía do Mucuripe, fundou o forteSchoonenburch, entrou em relações com as tribos indígenas, e deu começo aostrabalhos da exploração no monte Itarema, ligado ao de Maranguape; supondo terencontrado ali as minas de prata, que segundo a tradição já haviam sido descober-tas por Martim Soares Moreno. Esperando de dia em dia encontrar o filão do co-biçado metal, perseverou no seu ilusório empenho até que o veio surpreender anotícia da rendição da praça do Recife.” (José Higino, relatório lido na sessão doInstituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano a 9 de maio de 1886. Essa fonte de informações que dá conta de que os holandeses chegaram a empreender buscar e mineração de prata na região das serras que compreendias territórios entre Ceará e Maranhão, podem nos dar através de investigações arqueológicas e descobertas desses sítios arqueológicos – que ocorreu mesmo retirada e descoberta de prata de aluvião ou de veios naquele período. Sendo um tema pouco explorado por arqueólogos e historiadores no Brasil, não sabemos se realmente ocorreu produção de prata por parte dos holandeses, que podem ter no período de 1649 até 1654 ter efetuado mineração real nesses locais. Essa linha de pesquisa poderia resultar em alguma ligação direta com a cunhagem de prata emergencial de 1654 e se ocorrera outras emissões posteriores a data oficial. Quem sabe até se poderia descobrir através de análise química dessas pratas amoedadas aqui mostradas, se elas apresentam algum teor de pertencerem a descobertas nas serras de Ceará e Maranhão. Outras fontes sobre esse assunto: Minas e minérios no Brasil escrito, escrito por F. Bastos. Diário da expedição de Mathias Beck ao Ceará em 1649 – escrito por Mathias Beck

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