A suposta descoberta da Botija de Rio Formoso em Pernambuco trouxe para a numismática brasileira um dilema - atestar empiricamente se as peças alí descobertas eram falsas ou verdadeiras, é nesse contexto de estudo reflexivo sobre esse tema que apresentamos aqui elementos para esse estudo, buscando dar suporte a quem queira investigar esse tema numismático.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A real data da cunhagem de 1654

A ata de 26 de janeiro de 1654 estipulou a cunhagem emergencial em prata de valor. Porém não se sabe se a cunhagem se deu imediatamente após o dia 26, já que as 11 da manhã do dia 27 é que o documento de rendição foi entregue ao comandante das tropas luso-braileiras e as chaves da cidade somente foram entregues no dia 28´do mesmo mês.
Data do dia 31 de janeiro um documento elaborado pelos luso-brasileiros pedindo a sustação da cunhagem, fato esse que pode não ter sido levado a cabo, pois oficialmente a cidade ainda estava sob regime de sítio (sustaram-se toda lei individual).
Outras cunhagens podem ter vindo a reboque dessa primeira, cunhagens essas que podem ter sido feitas de forma não oficial, já que não havia mais comando em chefe por parte do Holandeses e dentre estes encontravam-se muitos comerciantes, ávidos por lucros e preservação de sua liquides financeira.
Os termos da rendição, assinados em Taborda, (Recife) são generosos para com os derrotados,(batavos) dando aos holandeses um prazo de três meses (que seria prorrogado por mais três) para se retirarem do território recém conquistado, período durante o qual, segundo os mesmos termos, “não serão molestados ou vexados e serão tratados com respeito e cortesia.”
Devido à escassez de embarcações holandesas que possibilitassem uma evacuação total, o general Barreto de Menezes ofereceu 16 navios portugueses para o transporte dos holandeses e judeus. Esse transporte só foi devidamente efetivado em agosto de 1654.
Alguns navios portugueses, embarcados com holandêses e judeus, chegaram a Nova Iorque a 7 de Setembro de 1654, quando a cidade era holandesa e ainda se chamava Niew Amsterdam.
O fato é que os Holandeses e principalmente os judeus que residiam no Recife e região permanceram em solo brasileiro por mais alguns mêses, principalmente até sair um levantamento auditado de todos os bens e casas pertencentes a esses para serem cobradas indenizações. Esse documento só foi concluído em fevereiro de 1654.
Haviam mais de 150 família de judeus no Recife e região, esses trabalhavam com tráfico e venda de negros, lojas de produtos, lojas de viveres, intermediação na compra e venda de açúcar e de bens de valor (ouro, prata, pedras preciosas), esses judeus "poderosos economicamente" se retiraram para a ilha de Manhatan, atual New York, porém antes de se retirar efetuaram liquidações de negócios pendentes, muitos como procuradores de altos escalonados do governo holandes da GWC, que por ocuparem postos militares foram os primeiros convidados "a se retirar" do Recife. Esses judeus podem ser os responsáveis diretos ou indiretos pelas cunhagens posteriores ao 31 de janeiro de 1654.

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