A suposta descoberta da Botija de Rio Formoso em Pernambuco trouxe para a numismática brasileira um dilema - atestar empiricamente se as peças alí descobertas eram falsas ou verdadeiras, é nesse contexto de estudo reflexivo sobre esse tema que apresentamos aqui elementos para esse estudo, buscando dar suporte a quem queira investigar esse tema numismático.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Teoria sobre a origem da suposta botija de Rio Formoso:

A partir da ata de 26 de janeiro de 1654 ocorre a primeira cunhagem em prata.
Essa cunhagem oficial é o estopim para outras cunhagens que podem ter ocorrido mêses e até anos depois da cunhagem oficial, já que a rendição de janeiro de 1654 só se concretiza em sua totalidade em 1661 com a assinatura da Paz de Haia.
As cunhagens aos poucos foram sendo adaptadas as necessidades de pagamentos dos batavos, principalmente porque o acordo de rendição estipulava que qualquer súdito batavo poderia permancer no Brasil para efetuar negócios e transações para saldar dívidas e liquidar negócios já pendentes. Sendo então os valores iniciais autorizados de X, XX e XXXX stuivels insuficientes para pagamentos intermediários se criam os valores de XXX stuivels e de XII stuivels. Esses valores são criados para atender ao peso de prata intermediários entre os de X e XX e entre os de XX e XXXX.
A gravação dos cunhos foram feitas por várias pessoas, em datas diferentes, o que resultaria em uma grande variedade de cunhos. Os cunhos tendo sido feitos de material frágil como o ferro, ao apresentarem defeitos eram emendados e novamente empregados. Há também a hipótese de não terem sido empregados cunhos e sim martelos com estampas nas bordas, martelando assim barras de prata, e posteriormente efetuando recortes das peças com tenazes.
As peças reunidas na suposta botija integrariam um perído de datas que vai das primeiras emissões de 1645 até as de 1654, então essas peças integrariam um tesouro, provavelmente um espólio que por algum tipo de motivo foi enterrado para posteriormente ser resgatado, fato esse que não ocorreu. Ficando a mesma para posteridade.

Quando da descoberta da suposta botija em 1967, e o início da circulação e venda das peças entre os colecionadores, alguém com a intenção de lucrar, forjou cunhagens falsas e atribuiu essas cunhagens a botija. Fato esse que acabou por denegrir a real validade da botija descoberta.
Já que a descoberta não se deu de forma arqueológica, qualquer um poderia atribuir
que determinada peça seria integrante da descoberta da botija, fato esse que só poderia ser comprovado com veracidade pelo descobridor da botija o Sr. Crispim, um homem de curta cultura, modesto e trabalhador. Ninguém sabe o real conteúdo da suposta botija, quantas peças ali existiam, isso morreu com Crispim.

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